Foto: ASCOM/ASSORAC


Na abertura do grande expediente, da sessão remota desta terça-feira (23) da Câmara Municipal, o vereador Janduy Ferreira (PSD), lamentou que por conta da pandemia, não foi possível realizar uma grande festa para comemorar os 38 anos de ocupação do Conjunto Habitacional Álvaro Gaudêncio – Malvinas, mas, ao lado dos nossos pares estamos aqui para prestar nossa homenagem, neste 23 de março de 2021.

Em sua fala, o vereador Janduy lembrou o 23 de março de 1983, data da ocupação das 3050 casas construídas, mas sem a infraestrutura para habitação, como, água, luz e sistema de esgotamento sanitário. Hoje, o bairro das Malvinas está entre os maiores bairros do Estado, com uma população em torno de 80 mil habitantes.

 – Cheguei às Malvinas 10 anos depois da sua ocupação, hoje o bairro conta com obras estruturantes, como a 1ª Ciretran, o Hospital de Traumas, unidades educacionais entre outras. No entanto, o bairro merece muito mais. Aqui a gente destaca, pessoas que lutaram pelas Malvinas, Delfino Carlos, Francisca das Malvinas, Maria da Guia, professora Nazaré e Adgelson Cavalcante. Não podemos fazer festa, mas, parabenizamos a todos que trabalharam pelo crescimento do bairro – concluiu.

A vereadora Fabiana Gomes (PSD), se acostou ao vereador Janduy e destacou a importância das Malvinas e informou que encaminhou ao Governo do Estado a solicitação de uma Casa da Cidadania para atendimento ao bairro e aproveitou a oportunidade para parabenizar os moradores das Malvinas.

O presidente da CMCG, vereador Marinaldo Cardoso (Republicanos), também prestou a sua homenagem às Malvinas e falou da sua história com o bairro. Destacou o trabalho de Clóvis, Dona Joana, do saudoso Rômulo Gouveia, do ex-prefeito e ex-governador Cássio Cunha Lima em prol da população do bairro.

O presidente lembrou uma palavra do vereador Olímpio Oliveira, em uma das comemorações no bairro “Malvinas é um bairro forte pois tem nome de mulher”.

Olímpio Oliveira (PSL), também parabenizou as Malvinas e a memória do presidente Marinaldo e lembrou que na época, por conta da demora na entrega das casas, as pessoas sem condições de pagar aluguel e que estavam inscritas, ocuparam os imóveis, mesmo sem a estrutura necessária.

Ele afirma que, “Malvinas é sinônimo de resistência. Acuados pela Polícia, sem água, sem luz, os ocupantes ficaram sitiados nas casas, dependendo da ajuda de terceiros, quem estava dentro não podia sair e quem estava fora não podia entrar. As justas homenagens a todos que se destacaram na luta dessa resistência, como Jairo das Malvinas”.

Jô Oliveira (PC do B) também se acostou aos vereadores que homenagearam as Malvinas e destacou o trabalho do advogado Jairo Oliveira.

Foto: Arquivo/CMCG

Memorável discurso do vereador Rômulo Gouveia

Está CASA sempre teve um papel fundamental na luta pelos moradores das Malvinas, “no início da década de 80, a Companhia Estadual de Habitação Popular da Paraíba iniciou a construção do Conjunto Habitacional Bodocongó II, cujo término se deu em 1983. As casas deveriam ser entregues, por meio de sorteio, aos servidores públicos cadastrados.

No dia 23 de março de 1983, ainda sem infraestrutura básica, o conjunto foi ocupado por moradores dos mais diversos locais da cidade, que viviam de aluguel, num movimento social pacífico e organizado, que entenderam que a obra estava em estado de abandono.

Naturalmente se deu a intervenção das forças policiais que cercaram o conjunto habitacional para retomar o patrimônio do Governo do Estado. Sem êxito. Os moradores lutaram bravamente e, ao final de uma longa jornada, conseguiram se cadastrar e passaram a pagar as prestações das casas.

Acompanhei como líder comunitário que era na época, já que era Secretário da UCES – União Campinense de Equipes Sociais e Presidente da Sociedade dos Amigos de Bairro do Jardim Tavares, todo o processo de ocupação e conquista das Malvinas. A população tomava conhecimento de tudo o que acontecia por intermédio do Programa Informativo dos Bairros, de responsabilidade da UCES e levado ao ar pela Rádio Caturité.

Aliás, o nome “Malvinas” se consolidou sobre o nome original “Conjunto Álvaro Gaudêncio”, pois, na época da ocupação, se desenrolava o conflito militar entre Inglaterra e Argentina pela posse das Ilhas Falkland, também chamada de Malvinas.

Com a história de fundação daquele valoroso bairro, toda a sociedade de Campina Grande se posicionou favorável e se mobilizou em favor dos novos moradores”. Rômulo José de Gouveia (In Memoriam).

DIVICOM/CMCG

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