Na 80ª sessão ordinária da 4ª sessão legislativa da Câmara Municipal de Campina Grande, realizada nesta quarta-feira (30), os vereadores Janduy Ferreira (União Brasil) e Saulo Noronha (MDB) voltaram a destacar a necessidade de melhorias na prestação dos serviços da Cagepa e a revitalização da Empasa (antiga Ceasa). A sessão foi presidida por Fabiana Gomes (União Brasil) e Marinaldo Cardoso (Republicanos).
Sem matérias na ordem do dia, a presidente Fabiana Gomes anunciou, ao final da sessão, que as apreciações e votações de requerimentos e projetos serão retomadas nesta quinta-feira (31). A pauta marca o retorno das atividades no plenário após o período eleitoral no município, trazendo de volta à normalidade aos trabalhos legislativos.
Janduy Ferreira (União Brasil) na Tribuna voltou a falar em temas que de acordo com o que acompanhou não estavam nas propostas das eleições, como o desenvolvimento da EMPASA (antiga CEASA), o Parque do Açude de Bodocongó e a ausência de esgotamento sanitário em ruas das Malvinas, que há mais de 40 anos prejudica a população. O vereador disse que a partir de janeiro continuará nas cobranças dessas pautas, mesmo sem mandato, e pediu que os vereadores possam refletir e colocar em pauta assuntos que são de verdadeira importância para a cidade.
Saulo Noronha (MDB) ressaltou o tema trazido pelo vereador Janduy Ferreira, no que diz respeito à Cagepa e a ausência do esgotamento sanitário, embora os valores sejam pagos pela população. Além disso, citou que agora no mês de outubro houve aumento na tarifa de água e que o cidadão que pagava apenas 25 reais, hoje paga 70 reais da sua fatura, sentindo o aumento no bolso e na pele.
“Esta CASA tem que discorrer sobre esses temas”. O parlamentar ainda frisou como é lamentável que empresas do estado da Paraíba, instaladas na cidade de Campina Grande, precisem levar seus investimentos para outras localidades, diante dos altos impostos e da ausência de isenção fiscal para essas empresas. Como exemplo, citou o Café Aurora e Safra de Ouro. “Aqui os impostos são maiores que em outros Estados. Há alguns anos o ICMS da Paraíba era 17%, agora é 20%’’, acrescentou. Saulo ainda citou o Aluízio Campos, um novo distrito a ser construído, que precisa receber incentivos e de um governo parceiro da cidade e do Estado.
HOMENAGEM
Alexandre Pereira (União Brasil) na Tribuna solicitou à Mesa Diretora que realize uma homenagem ao funcionário da Câmara, que faleceu na segunda-feira, o senhor Israel Silva Almeida (Nêgo). Como sugestão, pediu um espaço da Casa de Félix Araújo para receber o seu nome.
CRESCIMENTO
Olimpio Oliveira (Podemos), iniciou sua fala comentando sobre a necessidade de desarmar os palanques e que Campina Grande precisa de uma retomada de crescimento e desenvolvimento como foram as décadas dos anos 40 e 70. Disse ainda que não assistiu aos debates, mas o pouco que viu foram muito mais agressões pessoais do que propostas. “Que o resultado nas urnas sirva para o prefeito fazer uma análise de caminhada, postura, do que entregou a cidade e do que precisa entregar”, frisou.
Do campo da oposição, pediu que possam estar mais vigilantes no que diz respeito àquilo que muda a qualidade de vida das pessoas e do que sonham para a cidade, resgatando a posição de liderança regional.
Por fim, Olímpio disse que a cidade precisa usar o que tem de valor para desenvolvimento, mencionando como exemplo o Polo Cerâmico, pois se antes havia empecilhos para sua instalação, hoje a cidade já tem o gasoduto e possui segurança hídrica.
CASO MARIELLE FRANCO
Jô Oliveira (PCdoB) fez um registro importante da data de hoje, 30 de outubro, em que se inicia o julgamento dos acusados de assassinar a vereadora Marielle Franco e do seu motorista Anderson Gomes. A vereadora ressaltou que a data marca a culpabilização de quem quis silenciar uma mulher que pleiteou e lutou por causas importantes da sua comunidade.
Enquanto parlamentar, negra e que se coloca à disposição da cidade de Campina Grande e da Paraíba, falou do enfrentamento para chegar até os espaços de representação, mas acima de tudo pela permanência nesses espaços. Apesar de todos os receios de violência que são enfrentados nos espaços políticos, ela falou ainda do compromisso histórico e de uma responsabilidade com as que a antecederam e da necessidade de continuar esse legado. A vereadora concluiu mencionando a importância daqueles que fizeram com que esse dia chegasse.
TRIBUNA LIVRE
O presidente do PSOL em Campina Grande, o senhor Nelson Jr. solicitou uma Tribuna Livre e falou sobre o assassinato de Marielle Franco, em pleno exercício do seu mandato, e do motorista Anderson Gomes. Ressaltou que Marielle era uma liderança nascida e criada na favela, sendo a 5ª vereadora com mais votos no pleito que foi eleita, atuando na defesa dos moradores das áreas dominadas por milícias, seja nas reivindicações de comunidades diversas, bem como da comunidade LGBTQIAPN+, no Rio de Janeiro.
Destacou ainda que desde o ocorrido, há 6 anos, democratas, lutadores e lutadoras, se uniram em busca de justiça, tendo essa organização um papel relevante na busca por respostas, resultando no dia de hoje. Nelson disse que a justiça começa a ser feita, uma vez que o julgamento é apenas dos assassinos, mas ainda faltam os mandantes do crime.
Nelson Jr. também ressaltou o avanço da violência política, independente do campo político, tanto no Rio de Janeiro, como em todo o país. Apresentando dados, disse que em 2024 um recorde foi atingido, com 338 casos de violência política (dados de junho a setembro) e disse que esse cenário afasta cada vez mais uma democracia política que possibilita a presença participativa em busca dos direitos assegurados em Constituição.
A Câmara Municipal de Campina Grande, devido a reformas em sua sede, as sessões ordinárias estão sendo realizadas provisoriamente no SESC Centro – Campina Grande, na Rua Giló Guedes, 650, Centro.
DIVICOM/CMCG