Vereadores aprovam requerimentos e Dona Fátima trouxe para o debate a Cartilha O que é o Forró?
A vereadora Valéria Aragão (PTB) presidiu a sessão da CMCG nesta quinta-feira (20), de formato híbrido, que contou com a participação de 20 parlamentares que aprovaram requerimentos com votos de aplausos.
Após a leitura do expediente pela secretária Jô Oliveira (PC do B), foi iniciado o grande expediente com a prestação de contas do vereador Waldeny Santana (DEM), a respeito do Circuito das Feiras, que segundo ele, os obstáculos estão sendo superados. Ontem, esteve na Secretaria de Serviços Urbanos, acompanhando a realização das demandas que foram encaminhadas à Secretaria.
Anderson Almeida (PODE) complementando o tema trazido à tribuna pelo vereador Waldeny, informou que já trabalhou na CEASA/EMPASA e que é gratificante ter as mínimas condições de trabalho. Com feiras organizadas e higienizadas, aumenta a satisfação do trabalho e a procura da população pelas feiras.
Rubens Nascimento (DEM) trouxe uma reflexão sobre as Escrituras citando a profissão do apóstolo Lucas, que era médico, conhecedor da ciência, convocado por Cristo para estar com ele e aprender a perspectiva de alimentar a fé e crer em Deus. E que dentro dessa perspectiva, falou sobre o uso da máscara, do álcool gel e do processo da vacinação, que são habilidades científicas dadas por Deus.
Demonstrou a sua preocupação em relação às alergias medicamentosas que possui, e que tem feito estudos em relação às vacinas e que apesar disso busca instruir além de desejar e esperar que todo esse processo de vacinação seja acelerado, para que inclusive ele seja contemplado.
Concluiu informando que não há uma dissonância entre ciência e fé, apesar das discordâncias, pois “a benção de Deus pode vir administrada por um medicamento, de uma imunização por vacina, e pela cura que sempre virá dele através do seu filho Jesus” – finalizou.
Alexandre Pereira (PSD), se desculpou pela forma como foi interpretado na sessão do dia de ontem. Se retratou sobre a sua fala “quem quiser passar na frente para tomar a vacina”, informando que tratou do assunto de forma irônica. Também destacou o trabalho que vem realizando, acompanhando as ações da Secretaria da Saúde. E relembrou a visita que fez ao pastor vitimado por covid-19, na unidade hospitalar Pedro I, usando todos os equipamentos de proteção individual e complementou dizendo que “quem é negativista, negacionista, não vai usar trajes de proteção e que quem nega a covid-19 não fala sobre o tema”. Finalizou dizendo que a vacinação é a solução, este é o caminho para solucionar a pandemia e quando chegar a sua vez vai tomar a vacina.
Dona Fátima (PODE) tratou sobre o projeto de indicação 51/2021, uma matéria aprovada na Câmara de Vereadores, que indica a confecção de cartilha baseada na obra “O que é o forró?”, para distribuição na rede de ensino do município, buscando contar a nossa história de cultura e valor na educação base, com o intuito de enaltecer a cultura local e o forró, ritmo nordestino que está defasado na terra do maior São João do Mundo e que considera ser obrigação da CASA fazer com que as crianças conheçam a nossa cultura no ambiente escolar. E que além disso, trouxe para o dia de hoje, por meio de sua propositura, uma Tribuna Livre para discutir sobre o tema, com os músicos e produtores: Sandrinho do Pan e o Sanfoneiro Sandro.
Anderson Almeida (PODE) parabenizou a cartilha de propositura de Dona Fátima, pois considera que esse projeto incentiva as crianças e a juventude a conhecer o São João e a cultura local, sendo um papel importante na educação da população e de valorização da cultura local a partir das escolas municipais.
Janduy Ferreira (PSD) disse que Dona Fátima está de parabéns pelo projeto e considera o conteúdo e cultura chegando à escola, sendo esse lugar onde tudo começa e a cultura chega como forma de aprendizado. Destacou também a importância de as crianças conhecerem as raízes locais, ainda mais pelo fato de Campina Grande ter um destaque no mundo com a cultura nordestina.
Olímpio Oliveira (PSL) falou sobre o estado de Pernambuco e da maneira como eles resguardam e valorizam a cultura local, e que o tema trazido por Dona Fátima é importante, já que Campina Grande tem o seu turismo de evento, o produto mais forte é o forró, e que é preciso cuidar mais, do que é da nossa terra.
TRIBUNA LIVRE
A Tribuna Livre desta quinta-feira foi solicitada por Dona Fátima e contou com a participação de Alessandro dos Santos, conhecido como Sandrinho do Pan, e do sanfoneiro Sandro Moreno.
Sandrinho do Pan é músico, produtor e pesquisador, funcionário do museu dos 3 Pandeiros, e responsável pelas curadorias da música do local e um dos autores da Cartilha “O que é o forró”?
Ele agradeceu a oportunidade de participar desse debate e trouxe também o amigo Sandro que é sanfoneiro e que considera que esse profissional é o que mais representa a cultura do forró.
Explicou sobre como e porque a cartilha foi escrita, informando que a ideia surgiu a partir de uma oficina que foi ministrada sobre ritmos nordestinos na Europa, junto com o seu amigo Ivan, e que pelo fato de existir muitas coisas sobre o forró, porém sem a contextualização devida, os dois tiveram essa necessidade de formulação de uma cartilha explicativa sobre o tema.
A Cartilha apresenta as origens dos ritmos que compõem o forró, como também explica as origens do nome Forró. Ele considera que não é só um livro para ser colocado em sala de aula, mas um conceito que pode ser utilizado para até mesmo estudar a nossa história, como por exemplo, estudar a abolição dos escravos pela obra de Jackson do Pandeiro (música 13 de maio). Trazer essas pontes invisíveis para dentro da sala de aula.
Tem como propositura também a criação de material audiovisual e audiobook, para crianças, adolescentes e até mesmo para adultos, a partir da cartilha. Além disso, informou que realizou um questionário com crianças e que foi percebido que elas não tinham acesso às músicas da nossa cultura. Citou Juliette como exemplo, que por meio do conhecimento da sua identidade e das suas raízes nordestinas, alcançou o sucesso. Também fez crítica a algumas músicas modernas pela vulgarização, banalização das mulheres e do sexo.
Citou a gestão municipal que são sensíveis a arte e a cultura popular, acredita ser possível fazer encaminhamentos nesse tema, e demonstrou estar disposto a contribuir com o seu material e disposto a discutir ideias, “pois a arte precisa, e os artistas locais precisam de valorização”, finalizou.
O vereador Olímpio Oliveira (PSL) considera que não deveria ser preciso bater na porta do Poder Público para que existisse essa valorização dos músicos e cultura local, pois a Gestão deveria ser responsável por fazer uma busca ativa do que acontece na cidade, sobretudo dessa iniciativa. Citou a Orquestra Sanfônica que acabou e a cidade não se deu conta. Também destacou a culinária local e a venda de cordéis que estão sendo perdidos. Além disso, considera que quando aparece a oportunidade de resgatar essa cultura, muitas vezes o Poder Público não dá a devida atenção.
Jô Oliveira (PC do B), nascida e criada na feira central de Campina Grande, relembrou a memória afetiva que tem da sua cultura e considera que “se temos a oportunidade de levar para sala de aula, precisamos estimular essa proposta”. Destacou a fala de Olímpio Oliveira, em relação a Recife e a valorização da cultura local, e considera que é possível fazer o mesmo pelo estado da Paraíba a partir dessa iniciativa com o apoio de todos os vereadores e vereadoras da CASA, levando essa cartilha até as escolas, a partir da realidade local.
Dona Fátima (PODE) disse que nasceu e foi criada no sítio, em uma família com fortes raízes no forró, destacou mais uma vez a importância da Cartilha e da participação de Sandrinho do Pan e de Sandro Sanfoneiro, além do apoio dos vereadores e vereadoras.
Anderson Almeida (PODE), oriundo do bairro de Santa Rosa, destacou a expectativa da chegada do mês de junho e que na sua juventude escutava o disco de ‘’Assiszão e Capilé’’ numa radiola ao lado do avô, para dançar forró a noite inteira.
Ressaltou que não tem nada contra os outros ritmos, mas que não se pode abandonar a cultura local uma vez que os turistas vêm até o São João de Campina Grande em busca ‘’da sandália de couro, do arrastado de chinelo, do forró local, das barracas, das palhoças de forró pé de serra”. Além disso, citou a necessidade de um movimento dos trios de forró que precisam fazer parte majoritariamente do São João de Campina Grande.
Rubens Nascimento (DEM) parabenizou o palestrante e destacou a oportunidade de aprender sobre a cultura local, e que como representante da comunidade cristã evangélica, ressalta que sempre há muito preconceito, mas que o que ele tem como compreensão é que o combate deve ser em relação as drogas, as bebidas, a prostituição, mas não a cultura.
Citou a atuação dos missionários que quando precisam fazer suas missões são orientados a respeitarem as músicas, as vestimentas, a cultura local dos outros países, mas pontua que em suas próprias regiões, não existe essa mesma perspectiva.
Destacou que a Cartilha é uma forma atrativa de defender o que é nosso e que fará o que for possível para fortalecer o projeto até chegar aos alunos do município. Informou que já existe forró gospel, com letras evangelizadoras e resgate da cultura local e fez uma crítica ao “forró plastificado” que se faz atualmente. Por fim, parabenizou a propositura de Dona Fátima.
Janduy Ferreira (PSD) destacou que a cultura é importante de ser vivenciada, e apesar desse ano não poder ser vivenciada, tem que ser lembrada. Parabenizou Dona Fátima pelo tema discutido e destacou que a Câmara Municipal tem espaço para a cultura, seja nas escolas ou no Parque do povo, além disso, considera que é preciso valorizar o São João e levar para juventude esse conhecimento.
Rostand Paraíba (PP) ressaltou que os governantes precisam olhar com carinho para os músicos, pois a pandemia está afetando a vida de todos, principalmente devido aos decretos governamentais.
Falou da importância da cartilha nas escolas, mas relembra que estão fechadas e que é necessário vacinar os professores para retomada das atividades escolares.
Após a leitura de requerimentos, a vereadora Valéria Aragão (PTB) encerrou a sessão convidando a todos para a sessão ordinária da próxima terça-feira, 25, de maneira híbrida com transmissão ao vivo pela TV CâmaraCG (www.camaracg.pb.gov.br), ou pelos canais sociais do CamaraCG Oficial, no Facebook e Youtube, com início às 9h30.
DIVICOM/CMCG