Movimento Negro pede a inclusão do Seminário Agosto Para Igualdade Racial no calendário oficial do município
A 80ª sessão ordinária da 3ª sessão legislativa da Câmara Municipal de Campina Grande, realizada nesta quarta-feira (23) foi presidida por Alexandre Pereira (UNIÃO) e secretariada por Rostand Paraíba (PP).
TRIBUNA
Olimpio Oliveira (UNIÃO) na Tribuna tratou inicialmente da questão da nomeação dos guardas municipais e depois da solicitação de profissionais da psicologia, que pedem a convocação de 28 psicólogos educacionais aprovados em concurso público na cidade de Campina Grande. De acordo com o vereador e os dados apresentados pelos profissionais, atualmente a cidade possui 41 creches, 127 escolas de ensino fundamental e 31 psicólogos atuando. Nisto, a categoria destaca o baixo número de profissionais e a necessidade de urgência da convocação.
Além disso, o vereador mencionou reconhecimento por parte do Governo do Estado destinado à instituição da Polícia Civil.
Rostand PB (PP) comentou sobre a necessidade de transferência de um paciente que se encontra na UPA Dinamérica, para o Hospital João XXIII. Diante da ausência de transferência, o vereador falou com o diretor do Hospital de Trauma, Dr. Sebastião, para receber o paciente na unidade e realizar o cateterismo.
Em seguida, Rostand tratou sobre uma área que seria construída uma arena municipal na creche de Monte Castelo, mas que de acordo com ele, o muro construído no Fabricão está adentrando nesse espaço. Além do muro, o vereador falou sobre a quantidade de lixo que está despejado no local e pediu providências para solucionar o problema.
Pimentel Filho (PSD) falou sobre a necessidade da Câmara dialogar, principalmente sobre o regimento interno e disse que solicitaram à Justiça, para ter o direito constitucional de participar da votação de projetos.
Sobre as contratações de créditos do município, o vereador disse que eram para custear as propagandas de obras que estão feitas, mas que também estão contratando para pagar juros do próprio empréstimo. Ele questionou a veracidade do que se diz sobre as contas do município, se referindo a capacidade de pagamento da cidade.
Em seguida, falou sobre o Grand Hotel, tema trazido na sessão anterior. Ele informou que a Defesa Civil disse ontem que o prédio foi desocupado apenas para fazer uma reforma, mas segundo o vereador, ele foi evacuado. Nisso, pediu que fosse informado à população os verdadeiros riscos e pediu uma comissão da CMCG para fiscalização da situação atual do prédio.
Waldeny Santana (UNIÃO) informou que desde janeiro protocolou um requerimento destinado ao Corpo de Bombeiros, para fiscalização e elaboração de laudo técnico do local. Como forma de prevenção, o governo municipal encerrou o funcionamento dos órgãos no prédio, mas a competência de avaliação técnica é do Corpo de Bombeiros que já foi devidamente notificado.
Ivonete Ludgério (PL) solicitou que a população e o plenário possam ter acesso a uma tela com a imagem dos vereadores que se encontram online nas sessões. Ela justificou o seu pedido diante de uma sociedade digitalizada, que precisa dessa acessibilidade, visto que muitas vezes não se pode estar presente fisicamente, mas podem usufruir da tecnologia. Em seguida, Ivonete solicitou um minuto de silêncio pelo falecimento de Daniele Alves e Paulo Raposo.
Waldeny Santana (UNIÃO) fez a apresentação de um audiovisual de um programa institucional do Governo do Estado, que divulga o Colégio da Polícia Militar da Paraíba. O vereador registrou a importância do colégio militar e questionou porque a cidade de Campina Grande também não possui esse investimento por parte do governo do Estado, sobretudo, diante da experiência exitosa da instituição.
Waldeny pediu ao líder da bancada de oposição, Pimentel Filho, para implementação na cidade, beneficiando a população que mais precisa de incentivos educacionais.
Em seguida, falou sobre a cozinha comunitária no Aluízio Campos, que deve sair do papel. Registrou ainda a celeridade do trabalho da duplicação da BR-230, e graças às emendas do senador Veneziano Vital do Rêgo, e anunciou para breve a inauguração do primeiro viaduto.
TRIBUNA LIVRE DESIGUALDADES RACIAIS
A Tribuna Livre, solicitada pelo senhor Jair Silva Ferreira, a fim de debater sobre as profundas desigualdades raciais existentes na sociedade campinense.
Participaram da Tribuna os senhores Matheus Junior e Vitor Emanuel (Big) – representantes da Batalha das Quebradas, Josinaldo Filho – poeta e do movimento hip hop e o professor Jair Silva, coordenador do Seminário.
Matheus Junior (representante da Batalha das Quebradas) abriu a tribuna livre, mencionando a representatividade da sua fala, sendo uma voz periférica falando em nome da juventude. Além disso, citou a Batalha das Quebradas e o movimento negro, que vem salvando jovens do crime, incentivando os estudos e recuperando a autoestima. Em seguida, recitou um poema e encerrou a sua participação.
Vitor Emanuel, MC Big, também representante da Batalha das Quebradas, informou que o movimento acontece todas às terças-feiras no Açude Novo, sem investimentos e de forma independente, solicitando iluminação no local. Vitor Emanuel também falou sobre a necessidade de investimentos de cultura para a favela, visto que o que se vê é o assassinato do povo negro. Nesse sentido, pediu o olhar da Câmara Municipal para os jovens periféricos.
Josinaldo Filho (poeta e do movimento hip hop), falou sobre o racismo estrutural e a exclusão e discriminação que ainda acontece com a população negra. Josinaldo mencionou o descaso com a juventude preta e a morte dessas pessoas, por se oporem ao sistema que os desrespeita. Josinaldo também solicitou a inclusão do Seminário Agosto Para Igualdade Racial, projeto idealizado desde 2012 pelo professor Jair Silva, do Movimento Negro de Campina Grande, no calendário municipal de eventos da cidade.
Jair Silva, professor e coordenador do Seminário Agosto Para Igualdade Racial, encerrou a tribuna livre, agradecendo inicialmente à CASA que concede um espaço importante para que o Movimento Negro de Campina Grande possa defender a juventude negra. Jair informou ainda que o movimento negro fez reunião com a vereadora Jô Oliveira e construíram o projeto que dispõe sobre a inclusão do Seminário Agosto Para Igualdade Racial no calendário oficial do município de Campina Grande. Diante da propositura, Jair pediu a aprovação do projeto e justificou que o ‘Agosto Negro’ veio para salvar vidas e levar para as escolas e universidades, a história da África, da Cultura Afro Brasileira e a luta pelo direito à vida e para a juventude negra. Jair ainda destacou que a cada 23 minutos um jovem é morto no Brasil e Campina Grande é o 26º município onde mais se mata jovem negro no país. Por fim, conclamou pela aprovação do projeto, de autoria da vereadora Jô e do movimento negro de Campina Grande.
Alexandre Pereira (UNIÃO), a título de informação, disse que existe a lei 3565 de 31 de dezembro de 1997, que institui a Semana da Consciência Negra nos estabelecimentos de ensino na rede municipal de Campina Grande, sancionada pelo prefeito da época, Cássio Cunha Lima, de autoria do então vereador Romero Rodrigues.
Com relação ao projeto de lei nº 508/2021, de autoria da vereadora Jô Oliveira (PCdoB), ele pediu que eles entrassem em contato com a vereadora Jô Oliveira em busca de informações, visto que ela pediu para que o projeto fosse retirado de pauta.
Anderson Almeida (MDB) ressaltou que muito mais importante do que incluir no calendário, é a participação do poder público para promover a conscientização, não apenas em agosto e nessa semana, mas durante todo o ano. Ele ainda citou a perseguição policial, mesmo sabendo dos avanços e da necessidade de igualdade de oportunidades nos empregos e salários. Além disso, registrou que mesmo diante das dificuldades, o professor Jair Silva realiza durante todos os anos o seminário do agosto negro.
Alexandre Pereira (UNIÃO) encerrou a tribuna livre e os trabalhos convidando os vereadores para a sessão desta quinta-feira (24), a ser realizada em formato híbrido, a partir das 9h30.
DIVICOM/CMCG