Crise no tratamento de hemodiálise em Campina Grande preocupa o Poder Legislativo
A 65ª sessão ordinária da 3ª sessão legislativa realizada na Câmara Municipal de Campina Grande, nesta quarta-feira (19), em formato híbrido, foi presidida inicialmente por Waldeny Santana (UNIÃO) em seguida por Fabiana Gomes (PSD) e secretariada por Hilmar Falcão (DC).
Os vereadores estão em busca de informações atualizadas sobre a crise no tratamento de hemodiálise na cidade, em virtude da sua preocupação com o impacto direto na vida das pessoas. A situação tem gerado apreensão, principalmente considerando que a maioria das 872 clínicas de hemodiálise em todo o Brasil, sendo vinte delas localizadas na Paraíba, são particulares e conveniadas com o Sistema Único de Saúde (SUS).
Reuniões com gestores da Saúde do município e Ministério Público têm proporcionado avanços para a normalidade dos serviços no principal Hospital que atende os pacientes, “Antonio Targino”.
Recentemente, foram divulgados novos valores para os procedimentos de hemodiálise, com o objetivo de trazer mais transparência e eficiência na gestão desses serviços. Os valores definidos são de R$ 229,40 para uma única sessão por semana, com possibilidade excepcional, e R$ 325,98 para pacientes com sorologia positiva para HIV e/ou Hepatite B e/ou Hepatite C, com a máxima de três sessões por semana.
O Ministério da Saúde destacou que essas ações foram pactuadas previamente com os estados e municípios, buscando equilibrar o acesso aos serviços de hemodiálise com a sustentabilidade financeira das clínicas envolvidas. Para incentivar a continuidade e aprimoramento desses serviços, o governo federal irá conceder apoio financeiro às clínicas, com valores de aproximadamente R$ 53,2 mil por equipamento para estabelecimentos com uma a 19 máquinas de hemodiálise, e R$ 9.048 para locais com 20 a 29 equipamentos.
Entretanto, mesmo com essas medidas, ainda persistem desafios no sistema de saúde, e a população campinense, assim como de todo o país, está enfrentando dificuldades para garantir o acesso adequado e regular ao tratamento de hemodiálise. A situação é delicada, visto que a demanda por esses serviços é alta e as clínicas precisam enfrentar desafios econômicos e operacionais para manter a qualidade do atendimento.
Diante desse cenário, o Poder Legislativo Campinense reforça o compromisso em buscar soluções efetivas e colaborar com as autoridades competentes, a fim de assegurar o direito fundamental à saúde e a dignidade das vidas humanas.
As discussões sobre o tema estão em andamento, e é esperado que ações conjuntas entre governo, sociedade civil e profissionais de saúde, mediadas pelo Ministério Público, possam trazer melhorias significativas para a área, resultando em uma assistência mais abrangente e de qualidade aos pacientes que necessitam desse importante tratamento.
SAÚDE CAMPINA
Pimentel Filho (PSD) falou sobre a ausência do serviço de hemodiálise no Hospital Antônio Targino e defendeu que o problema pode ser solucionado por meio da complementação de recursos pela Prefeitura. Ressaltou que todos os serviços de saúde que precisam ser complementados são de responsabilidade da Prefeitura, incluindo postos de saúde e UPA’s, e que essa não é uma obrigação do governo estadual.
Ele disse que vai acompanhar as discussões no Ministério Público e argumentou que não seria necessário solicitar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), pois bastaria a Prefeitura complementar os recursos.
Em seguida, solicitou a transmissão de vídeos que mostram problemas ocorridos na maternidade ISEA, como o entupimento no sistema de esgoto e a entrada de lama na enfermaria, além da falta de eletricidade nos chuveiros destinados ao banho de recém-nascidos. Disse que essa situação, relacionada ao entupimento dos canos, já acontecia há 5 dias e que acredita que a diretora não sabia do problema.
RESPOSTA DE BANCADA
Saulo Noronha (SD) informou que conversou recentemente com a Dra. Suelen, da maternidade do ISEA, sobre o entupimento dos canos. Segundo ele, o problema foi causado por um vidro de shampoo que foi colocado no ralo, o que considerou uma ação irresponsável. Registrou ainda a retirada do objeto do local e acrescentou que a Dra. Suelen também verificou pessoalmente os chuveiros elétricos, que já estão funcionando normalmente.
Por fim, Saulo registrou a importância da cidade de Campina Grande, que atende cerca de 102 municípios, e resolve problemas de saúde de 182 municípios da Paraíba, além do atendimento de pessoas de outros estados. Ele ressaltou a importância da estrutura da cidade, dos profissionais e equipamentos, além de 23 vereadores atuantes, que foram eleitos para servir a população.
Alexandre Pereira (UNIÃO) relembrou a situação em que o Hospital Antônio Targino se recusou a cuidar de pacientes transplantados renais, fazendo “terrorismo” ao alegar que a responsabilidade era do município.
Destacou que houve repercussão na cidade sobre a gestão não estar pagando, assim como acontece agora com a ausência dos serviços de hemodiálise. No entanto, ao buscar informações, constatou que não há atrasos por parte do governo municipal no pagamento aos hospitais conveniados com o SUS. Ressaltou que o valor está de acordo com a tabela e que o município não tem obrigação de fornecer recursos adicionais, sob pena de improbidade administrativa. Salientou que a hemodiálise é responsabilidade do SUS, por meio do governo federal.
Ele também relembrou à situação dos marca-passos, mencionando a busca por um Termo de Ajustamento de Conduta no Ministério Público para obter recursos destinados à aquisição desses equipamentos, garantindo a realização das cirurgias. Argumentou que, se o hospital sabia que chegaria a essa situação, deveria ter comunicado a situação, e acredita que a instituição deixará de prestar esse serviço, assim como ocorreu com os transplantados.
Alexandre apontou a falta de organização financeira do hospital, destacando o pedido de adiantamento de recursos à Secretaria como evidência dessa falta de organização.
AINDA SAÚDE
Waldeny Santana (UNIÃO), em relação ao assunto, registrou a necessidade de uma atualização da tabela do SUS em todo o Brasil, pois está defasada e com um orçamento insuficiente para a saúde dos municípios. Destacou que é necessário analisar as situações de forma adequada, evitando superdimensionar problemas, especialmente em ano de eleição. Utilizou como exemplo a situação de superlotação da maternidade ISEA, que continuará ocorrendo até que seja construída uma maternidade pelo governo estadual.
A vereadora Jô Oliveira (PCdoB) comentou que, durante a reunião do Conselho Municipal de Saúde, um dos temas debatidos foi justamente o financiamento e a atualização dos valores, ressaltando a importância de recursos adequados para a elaboração de políticas públicas. Além disso, disse que esteve no ato contra maus-tratos a animais na feira central e estava a caminho do Ministério Público para conversar com a representação do hospital Antônio Targino e com a Procuradoria do município. Convidou seus colegas vereadores a comparecerem também.
EDUCAÇÃO DO ESTADO
Alexandre Pereira (União) apresentou um vídeo que mostra a precariedade da estrutura da Escola Major Veneziano, com telhados caindo, falta de banheiros adequados e outras deficiências. Enfatizou que o vídeo foi gravado em um dia chuvoso, momento em que a situação estava ainda mais agravada.
Rostand PB (PP) informou que já aconteceu a licitação para as grandes reformas nas escolas estaduais, destacando que obteve essa informação em diálogo com o vice-governador Lucas Ribeiro. Ele também parabenizou a atuação do parlamento, com a união das duas bancadas, na busca por soluções para a ausência do serviço de hemodiálise no Hospital Antônio Targino.
TRIBUNA
Waldeny Santana (UNIÃO) destacou a importância da aquisição de um microscópio de alta precisão para cirurgias e captação de imagem pela FAP (Fundação Assistencial da Paraíba), ressaltando que essa aquisição facilitará o funcionamento da unidade hospitalar.
Ele agradeceu às emendas parlamentares individuais dos senadores Nilda Gondim, Veneziano Vital do Rêgo e Efraim Filho. Também registrou a licitação da Praça Palmeira Imperial e informou que em breve serão iniciadas as obras de complementação da rua Engenheiro Saturnino de Brito, no entorno do estádio Amigão, com o objetivo de resolver o problema de alagamento no local. Waldeny destacou a importância dessa obra.
Por fim, também expressou a expectativa de que o governo estadual também realize obras no entorno do estádio Amigão e registrou o início das melhorias das estradas rurais nos distritos, ressaltando a importância de que o transporte público seja regularizado nessas áreas.
Dinho Papaléguas (PSDB), comentou sobre o último final de semana da festa do futebol amador na cidade de Campina Grande, realizada na Vila Olímpica Plínio Lemos. Ele destacou o início da Copa Cidade Campina Grande de Futebol Amador, antiga Copa Rainha da Borborema, uma competição organizada pela Prefeitura, sob a coordenação de Valkécio Araújo, e que está sendo realizada pelo E o Pelo segundo ano consecutivo, o reconhecimento dado ao esporte amador pelo prefeito Bruno, através da Secretaria de Esportes, Juventude e Lazer.
Saulo Noronha (SD), fez o registro de ações realizadas pela Prefeitura, como o calçamento de todo o bairro dos Cuités, reformas de mais de 20 postos de saúde e a abertura de uma escola para autistas, sendo a única do Norte/Nordeste do Brasil.
Rostand PB, registrou a necessidade de reforço na Segurança Pública, mencionando mais um caso de roubo de carro nas proximidades do shopping Partage, uma via pública de grande movimentação.
A vereadora Fabiana Gomes (PSD) encerrou os trabalhos fazendo um convite aos parlamentares para a sessão ordinária desta quinta-feira (20), a ser realizada em formato híbrido, a partir das 9h30.
DIVICOM/CMCG