Na Tribuna Livre da Câmara Municipal realizada nesta quinta-feira (26), atendendo uma solicitação da vereadora Jô Oliveira (PC do B), a cientista, obstetra e consultora da OMS – Organização Mundial da Saúde, Melânia Amorim falou da redução da mortalidade das gestantes por Covid-19, esta apresentação foi baseada na que apresentou em Brasília.
Melânia falou que no início da pandemia muitas eram as dúvidas, quais os efeitos para as gestantes, com a evolução da doença, os riscos aumentam, e são 17 vezes maiores em gestantes e puérperas. E informou que os riscos são maiores nos países de média e baixa renda. Os dados são de recente pesquisa feita nos Estados Unidos.
Entre os riscos para a gestante são abortos, morte na barriga, descolamento de placenta e hemorragia pós-parto. Em abril de 2020, publiquei um artigo com o registro de 20 mortes no Brasil, depois ,124. De cada 10 mortes de grávidas, oito são no Brasil.
Como médica na linha de frente do ISEA, a Dra. Melânia fala do impacto do agravamento da doença em mulheres negras que eram duas vezes maiores em relação às brancas, gestantes e puérperas.
Os dados de hoje são: 22,2% de mortes por semana; três mortes por dia e 59% não apresentavam comorbidade. Casos fatais em 2020, 7%, em 2021 16%. No Brasil são mais de mil mortes e nos Estados Unidos 101 mortes maternas.
Dados da Paraíba em 2020 – João Pessoa, 7 mortes; Campina Grande, 3 óbitos. Este ano, João Pessoa teve 11 vítimas fatais; em Campina, 7 mortes. De acordo com a cientistas, estas mortes podem ser evitadas em 92%, com o distanciamento social e vacinas.
Ela lamentou o posicionamento do Ministério da Saúde ao suspender a vacinação por conta da morte de uma gestante após ser vacinada com a AstraZeneca, quando se tem a CoronaVac e a vacina da Pfizer.
Melânia reivindica a vacinação de todas as gestantes e pede o apoio da Câmara Municipal, “a gente quer regra e não exceção”.
Valéria Aragão (PTB) parabenizou a obstetra pelo trabalho em Campina Grande, na Paraíba e no Brasil e falou da felicidade da presença na Câmara.
Olímpio Oliveira (PSL) agradeceu a médica pelo trabalho de pesquisa e que CMCG é solidária a sua luta, e informou que fez um requerimento solicitando a inclusão de gestante e puérpera como grupo prioritário para vacinação, e que a CASA estará sempre aberta para este debate.
Rubens Nascimento (DEM) concorda com a cientista, considerando um momento de pandemia que não existe regra para o vírus. “Aqui estamos tratando de duas pessoas e que o plano de vacinação é apontado pelo Ministério da Saúde”.
Melânia esclareceu que vários municípios e estado definiram as suas prioridades e que a Nota Técnica do MS não é Lei. – O ISEA está superlotado e tem gestantes morrendo no Hospital Pedro I, é preciso ver essas normas de vacinação.
A vereadora Jô Oliveira (PC do B) que solicitou a Tribuna Livre agradeceu a participação de Melânia e o apoio dos seus pares e fez um encaminhamento para a realização de uma Audiência Pública, com o objetivo de se criar estratégias para salvar vidas.
A médica informou ainda que a rede pública de saúde acompanha 3.800 gestantes, mas também as gestantes acompanhadas pelo setor privado da saúde também devem participar do grupo de prioridade. Agradeceu a atenção de todos e pela acolhida da CASA.
O presidente da Câmara agradeceu a participação de Melânia Amorim e encerrou a sessão ordinária convocando os vereadores para participarem da Audiência Pública sobre Maio Amarelo.
DIVICOM/CMCG